Da «pós-contemporaneidade»

Há uns meses, confessou-me um grande amigo meu, um especialista em história contemporânea que teve a fortuna de participar no assalto ao edifício da Legião Portuguesa, que depois do que se tinha passado na Islândia (viz. a entrega do poder aos mesmos de sempre após um período em que um governo de esquerda tinha conseguido reequilibrar as contas públicas), se tinha convertido ao cepticismo.

Com efeito, o que se passa é, para muitos de nós, aterrador, pois não estamos a assistir apenas a um contraciclo de curta duração, mas a um fenómeno de dimensão estrutural. Estamos a testemunhar, julgo eu, a um processo de transição da contemporaneidade (período cujo início, por uma questão de simplificação, se costuma associar ao advento revolução francesa), para algo que não sabemos ainda bem o que seja. O mundo que muitos de nós viemos a conhecer, que nos viu crescer e que moldou as nossas mentalidades, não existe mais.

A amoralidade e a confusão a que assistimos todos os dias, não é mais que -- passe a metáfora -- o reajustamento das placas tectónicas do tempo. Tenho, por isso, muitas dúvidas que os modelos de interpretação da realidade que temos vindo a utilizar, sejam úteis no futuro. Numa perspectiva darwinista da história, diria que sobrevirá quem tiver a capacidade de intuir esta mudança, por outras palavras, quem souber ou puder adaptar-se.

DAS CAUSAS DA INCOMPETÊNCIA NACIONAL

The Portuguese, like the British nation, is essentially aristocratic. […] But here the parallel ends. When once men have attained that eminence in Portugal, their energies become paralysed. […] In Portugal […] all projects, the offspring of individual or associated enterprise, are viewed with suspicion if carried on without the intervention of the central government. […] If an individual, who becomes ennobled, has amassed a fortune unusually large, his ambition assumes a higher character; he then establishes himself in Lisbon, with a view of obtaining employments for his family under the Crown […]. 

(Lord Porchester, The Last Days of the Portuguese Constitution, 1830)

DAS PUSSY RIOT E DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA RÚSSIA

O vídeo que aqui apresento é o registo de uma acção de protesto levada a cabo num supermercado de Moscovo por elementos próximos das Pussy Riot após a prisão destas. A criança que se observa a pisar um frango é, aliás, filho de uma delas, de seu nome Kaspar, que foi levada a assistir e a participar no espectáculo.


Este vídeo contém cenas eventualmente chocantes e não deverá ser visionado por menores de 18 anos.
 

DO IMPERIALISMO ALEMÃO

 

 

I imbibed the doctrine that the national, international, and world purpose of the newly-created German empire was to protect and defend the Teutonic civilization of continental Europe against the oriental Slavic quasi-civilization on the one side and the decaying Latin civilization on the other.

 
(Prof. John William Burgess (1844-1931), docente da Universidade da Columbia, 1914)

MANIFESTAÇÕES DAS FORÇAS ARMADAS

Francamente não compreendo a razão destas manifestações das forças armadas, nem quais os seus objectivos. Menos ainda entendo porque razão os ex-combatentes não se juntam secretamente e fazem um golpe para correr com a mafiagem que anda à solta. Isso é que me custa muito entender. Terão medo? Então eles vangloriavam-se de não ter medo dos turras do mato e agora borram-se com estes merdosos?

Há dias conheci um coronel da Força Aérea reformado que se orgulhava de ter servido sob o comando de Kaúlza de Arriaga e dos petardos que tinha lançado no ultramar. Porém, acabou por admitir que estava velho e sem energia. «Se isto fosse no tempo em que regressámos de África, isto já andava tudo à chapada!», concluiu.

PURE BEAUTY

BENJAMIN FRANKLIN

Those who sacrifice liberty for Security deserve neither.







Benjamin Franklin